Vencendo uma batalha, perdendo a guerra

Pra ser sincero, não sabia muito bem o que escrever no meu primeiro post, já havia pensado em muitas coisas, desde resenhas sobre filmes, livros, seriados, coleções, minhas observações instrospectivas sobre a vida e as pessoas quem sabe um dia ainda não escreva algo sobre isso, mas depois de muito pensar e algumas vezes de até em desistir resolvi escrever sobre umas das coisas que mais me fascina, a minha panacéia... música. É isso mesmo, música, você não leu errado.

Não sei muito bem explicar o porquê, talvez a explicação que me pareça mais plausível ou talvez que mais se aproxima da sensação abstrata que a música nos causa é uma frase do poeta inglês Robert Browning:
"Quem ouve música, sente a sua solidão de repente povoada."
Talvez seja essa a explicação ao mesmo tempo simples e complexa da minha enorme predileção por música.
Mas chega de toda essa vã filosofia, de ficar tentando explicar o que não se explica, vamos falar do que realmente interessa, do álbum Quiet Is The New Loud do duo folk-pop indie Kings of Convenience lançado em 2001, um dos melhores álbuns que já ouvi nos últimos tempos. Isso pode ter soado um pouco enfático demais, mas o álbum realmente revolucionou o mercado fonográfico, agradando um público até então pouco almejado pelas ferramentas midiáticas de massa e até mesmo emprestou seu nome Quiet Is The New Loud (que traduzindo para o português ficaria: "O silêncio é o novo barulho") a um movimento pequeno de músicos folk underground que, inspirados no estilo e canções do álbum, buscam nas suas composições, melodias e mensagens mais sutis.
O álbum do duo norueguês, composto por Erlend Øye e Eirik Glambek Bøe, surpreende pelas suas vozes calmas e canções delicadas acompanhadas por sutis melodias de violão, muitas vezes de fácil comparação com as canções de Simon & Garfunkel e Belle & Sebastian.
Apesar da aparente simplicidade instrumental, a sonoridade de Erlend e Eirik se destaca ainda mais, pois é fácil identificarmos em seus violões, muitos acordes e dedilhados do jazz, da bossa nova e do folk, acompanhados às vezes por um piano ou um loop de bateria, e até em alguns momentos, informações da música eletrônica, o que tem atraído um fiel séquito de fãs de música suave e sensível.
Diversos críticos de revistas especializadas tentaram definir o som da dupla, surgindo assim diversos termos, como new acoustic movement ou easy listening, mas definições à parte, o fato é que, como disse um crítico musical certa vez à uma revista:
"O som do Kings of Convenience é leve como um suspiro de primavera."
As músicas do álbum falam de situações comuns, mas muitas vezes difíceis dependendo do jeito como as encaramos, como a aparente timidez do compositor nas músicas The Weight of my Words e Toxic Girl ou o amor de uma maneira um tanto quanto idílica e suas conseqüências na música Winning a Battle, Losing the War.
Apesar de todas as faixas do álbum serem ótimas, as minhas preferidas são: Winning the Battle, Losing the War; Parallel Lines; The Weight of my Words; I Don't Know What I Can Save You From; Summer on the Westhill; Singing Softly to Me.
É... acho que isso é tudo. Espero que este álbum, que me fez tanta companhia em invernos passados, lhe ceda, hoje, o seu encanto intimista num domingo de chuva qualquer.

Comentários

  1. Opa cabeça!!!
    Primeiro comentário do blog....curti mto a iniciativa....vc tá escrevendo bem rapaiz...continua assim q d vez em qdo eu do uma passada aki pra conferir umas novidades antigas (?)
    Abrassss

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  2. panguão !!




    VIXE HEIN .. inspirado oo !!

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  3. confesso que ao ler sobre a comparação com simon & garfunkel, eu torci o nariz, não gosto da dupla norte-americana, mas foi com grata surpresa que ouvi os noruegueses, gostei muito e vou ouvir todo álbum. desculpe a demora em retribuir a visita, tenho apenas os domingos para as minhas andanças virtuais. tomei a liberdade é já linkei você no 'pintando música'. e já assinei o seu feed, coisa boa não deve se perder. obrigada pela visita e comentário. a ligação está feita. um terno abraço.

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  4. conheci a dupla pelo 'riot on a empty street' e logo fiquei fascinado. mas qdo ouvi 'quiet...', o que eu achava perfeito mostrou-se ainda melhor.

    e não pára de escrever não, cara!

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  5. faço coro com o éden, não pare de escrever, não perca a guerra. vamos lá! ânimo rapaz!

    um abraço carinhoso

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  6. Música! Tema maravilhoso p ser discutido a qualquer hora!!!!!! :D pena q a música em si está sendo esquecida, pq hj agente liga o radio e escuta cada coisa, q é quase uma ofensa chamar de música né!!!!!! Mas ainda bem q no mundo há pessoas d bom gosto vom vc!!!!!

    Adorei seu post!!!!!!

    Bjosssssssss

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  7. Parabéns pelo blog, brother. Excelente iniciativa. O British Point deseja-te boa sorte e agradece pelo convite de parceria.

    Grande abraço!

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  8. Pow, foi ótimo ler esse post! Já conhecia uma ou duas músicas do KOC, mas nunca tinha prestado muita atenção.. (não porque fosse ruim, mas pq tem tanta coisa no meu HD que eu acabo me perdendo)... de qq forma, lendo o seu post, e assistindo ao video que vc postou, eu resolvi ouvir atentamente ao som dos caras e achei maravilhoso!

    Valeu mesmo! É sempre bom encontrar mais coisa boa pra escutar nesses domingos chatos da vida. ;p

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  9. Nossa vc escreve muito bem! E acertou em cheio na escolha do primeiro post: MÚSICA! é maravilhoso neah...parabéns msm! =D

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  10. Ah música, um post muito inteligente a ser discutido!
    A banda é demais, com cada vez mais idéias boas. Failure é minha favorita :)

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  11. eita! E já indicas uma das minhas canções prediletas e, uma que me identifico muito. Pois, sou um pouco disso, de como o sujeito é na letra... hehehe. Boa indicação. ABRAÇOS.

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  12. Respostas
    1. Realmente, o álbum Declaration of Dependence também ficou muito bom, só que ainda considero o Quiet is the New Loud minha panacéia predileta.

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  13. Ansiosa para ler mais postagens, desde que não sejam muito grandes :p

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  14. Gostei muito... Do duo, do álbum e do post!

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